Muita gente já ouviu falar da taxa Selic. Mas não é todo mundo que entende como ela funciona na prática.
De forma resumida, a taxa Selic é a taxa básica de juros da nossa economia. Ela está ligada aos juros dos títulos públicos que o governo oferece no sistema Selic e influencia praticamente todas as demais taxas de juros do Brasil, como as cobradas em empréstimos, financiamentos e de retorno em aplicações financeiras.
Para quem não sabe, Selic é a sigla do Sistema Especial de Liquidação e Custódia, um programa totalmente virtual no qual os títulos do Tesouro Nacional são adquiridos e vendidos todos os dias por instituições financeiras.
Fora o Banco Central, só instituições financeiras têm autorização para negociar títulos desse tipo. Em outras palavras, pessoas comuns não têm acesso.
Qual é o percentual da taxa Selic atualmente?
Hoje, a Taxa Selic está em 2,75% ao ano. Um percentual definido em março deste ano pelo Copom, que decidiu subir de 2% para 2,75% – a primeira alta em seis anos.
Por que a taxa Selic é tão importante?
Porque é a principal ferramenta de controle da inflação: qualquer mudança que o Banco Central do Brasil fizer na taxa resultará em uma alta ou queda da inflação. Por esse motivo, a taxa Selic é considerada um dos mais importantes indicadores da situação econômica do país.
Neste sentido, quando existe um aumento da Selic, existe indiretamente um aumento do custo dos produtos e, com isso, uma desaceleração da economia gerando estabilização ou até mesmo redução da inflação.
Já, quando diminui, o dinheiro fica mais “barato” e, com isso, incentiva o consumo e, com um consumo maior, temos um aumento da inflação por conta da demanda.
Como a Selic afeta meu dia a dia e meus hábitos de consumo?
É simples:
Se a Taxa Selic diminui, o crédito fica mais acessível, já que os bancos tendem a baixar as taxas de juros. Aí, a inflação também tende a subir.
Se a Taxa Selic aumenta, os preços tendem a baixar ou ficar estáveis, como consequência do controle da inflação. Nesse caso, os juros de crédito, parcelamento e cheque especial ficam mais altos.
E na hora de comprar um imóvel, devo considerar a taxa Selic?
Com toda a certeza. Se a taxa Selic diminui, há uma consequente queda na taxa de financiamento, o que ampliará as chances de investimento em um imóvel. Além disso, se a oferta não acompanhar o mesmo movimento, poderá haver uma valorização dos bens.
Quais investimentos são afetados pela Selic?
Pelo fato de a Taxa Selic ter grande influência na taxa de remuneração de diversos investimentos, qualquer mudança nela impacta a rentabilidade de produtos financeiros, como os títulos de Tesouro Direto, a Caderneta de Poupança e os investimentos de Renda Fixa.
Confira:
Títulos do Tesouro Direto (Tesouro Selic): o Tesouro Selic é um título público que tem rentabilidade diretamente ligada à taxa Selic. Quando a taxa Selic é reduzida, também fica menor a rentabilidade do título e vice-versa.
Caderneta de Poupança: se a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% sobre o valor depositado + Taxa Referencial. Se a taxa Selic estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic + Taxa Referencial. Ou seja: com a Selic abaixo de 8,5% (como agora), a rentabilidade da poupança diminui.
Investimentos de Renda Fixa: alterações na taxa Selic afetam profundamente o CDI (Certificado de Depósitos Interbancários), um dos índices de rentabilidade mais usados por investimentos de Renda Fixa. Quando a taxa Selic diminui, o CDI também fica mais baixo.
O que o CDI tem a ver com a taxa Selic?
Tanto a Selic quanto o CDI são indicadores de investimentos com base em taxas de juros. Seus valores seguem sempre alinhados.
A principal diferença entre os dois é o fato de a Selic ser utilizada pelo governo para renumerar bancos que emprestam dinheiro entre si através de títulos do Tesouro Nacional. Já o CDI são os empréstimos de curto prazo (normalmente 24 horas) praticados entre as próprias instituições financeiras com seus próprios recursos, sem utilizar títulos do Tesouro Nacional.
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Até mais!